Ontem eu assisti uns trechos de A Liga e quase vomitei. Não pelas cenas de pessoas atropeladas e sangue pelo asfalto, mas sim, com a forma patética que abordaram alguns casos. Como por exemplo, mostrar como se fosse algo belo e mágico, um casal de moradores de rua, tendo seu QUARTO filho. Nossa, lindo! E ainda, mostravam como se fosse algo surpreendente ela ter parido na rua.
Adivinha só: foi lá que ele nasceu, foi lá que ele foi concebido e é lá onde ele vai viver muitos, senão todos os anos de sua vida.
Emocionante, não? Não. Para mim, é no mínimo, REVOLTANTE.
E depois mostraram o pessoal de uma ONG levando comida e cobertores para moradores de rua. Tá certo, já que nossos políticos não fazem, aliás, segundo boatos, querem até proibir, nada mais digno. Para mim, TODA forma de ajuda e solidaridade, seja com humanos, natureza, animais, deve ser respeitada.
Mas, porra, outra coisa, é a apresentadora enfeitar a história e ficar comentando emocionadinha de como ela foi bem vinda e bem tratada pelos moradores de rua, dizendo que tinha uma idéia errada, achava que eram agressivos, mas ó céus, que constrangimento, estava enganada. Lágrimas.
Tá. Quantas vezes eu não fui xingada por mendigos depois de negar dar dinheiro para eles? Muito mais do que ouvi "Deus te pague". E não dou grana mesmo, se meu salário é para comprar droga, que seja pra mim. Só pago comida, lanche, quando criança me pede e eu vou pessoalmente comprar com ela.
Dinheiro não dou mesmo. E nem sou, por falta de um vocabulário mais amplo, JECA, de generalizar e falar que os moradores de rua são seres receptivos e mal interpretados pela sociedade. Tá. Uma coisa é chegar oferecendo comida, cobertores. Acha que o cara vai te mandar tomar no cu? Outra coisa, é passar por um nóia e negar esmola. Aí sim, ele vai te mandar tomar no cu.
A realidade é muito clara para quem quer enxerga-la como realmente é. Forçar a barra e florear decadência e miséria, é demais para mim.
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