sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Texto em homenagem a um professor ...

... que apresenta um jornal que ninguém assiste, dá aula em uma faculdade de merda (que só tô por falta de grana) e  ainda, que imita a porra do Datena, mas se acha um profissional muito sério. Aqui pra você querido:

Nariz-de-cera sim, nariz-de-cera não.

Posted by sabine righetti
 
Certa vez uma colega bióloga me perguntou por que quase todos os textos jornalísticos começam iguais. Respondi que era por causa da construção tradicional do lide, que já no primeiro parágrafo traz todas as informações essenciais da notícia: quem, como, quando, onde e porquê. “Mas tem que ser assim?”, continuou. “O fato das coisas serem assim não significa que é assim que elas devem ser”, respondi, quase num discurso militante.

Bom, na faculdade aprendi que o lide deve ser tradiconal nas notícias – ou seja, na cobertura factual, diária -, mas que nas reportagens, nas revistas semanais, poderíamos fazer o uso do “nariz-de-cera”, o que seja, uma introdução criativa, que conta uma história, contextualiza o fenômeno, apresenta um personagem e por aí vai. Isso era assim. Hoje em dia, o nariz-de-cera voltou renovado, dizem os téoricos da comunicação.
Parece que sim! Hoje, encontrei um exemplo bacana de nariz-de-cera em um dos vários textos que saíram nessa semana sobre células-tronco (leia mais sobre isso). A matéria é de Roberto Godoy, de O Estado de S. Paulo. Divido-o com vocês:

Às 7 horas de terça-feira, o tratorista Ezequiel P. parou a soma de dez, que fazia a pedido do médico, ali pelo número três. Anestesiado da cintura para baixo e sedado, ele estava adormecido, pronto para, ao longo dos 45 minutos seguintes, ter o quadril perfurado, parte da medula óssea (cerca de cem mililitros) extraída e processada no laboratório de terapia celular.
(…)


Apenas um exemplo de que, quando bem aplicado ao jornalismo diário, o nariz-de-cera muda completamente o texto, deixando-o criativo, alegre, diferente. Muda a receptividade do leitor: torna a informação mais fácil de ser saboreada – ao invés de ser engolida goela abaixo!


Vide: http://minghag.blogspot.com/2011/09/aula-cu-voce-ja-teve.html

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