terça-feira, 14 de junho de 2016

Eu ainda estou aqui





Eu nem quero falar das ironias da vida. De tudo tão pesado e obscuro que aconteceu no tempo que estive totalmente ausente desse blog. 
Mas como como vir aqui e postar sobre o que eu estava vivendo? Não dava. Eu vivi, por mais horrível que muitas coisas fossem, intensamente. Não cabia aqui expressar tudo aquilo. Esse blog havia perdido sentido e foi esquecido.

Mas agora, eu, que nem sou mais, nem de longe, a mesma pessoa que escrevia aqui, resolvi voltar. Talvez com posts mais depressivos, menos interessantes, ou talvez não, afinal, eu tenho a arte em fazer graça da desgraça. 
Mas enfim, eu sinto falta de escrever e voltei... ainda que para ninguém ler. Junto com a antiga Nathalia, se foram os meus antigos amigos.

Ultimamente, eu nem sei por em palavras como estou. Foi tanto que aconteceu. O diagnóstico é de estresse pós traumático. E eu, cansada de antidepressivos, antipsicóticos e estabilizadores do humor que só me foderam com seus efeitos colaterais e não me ajudaram em absolutamente nada, no momento não tomo nenhuma medicação.
Talvez eu devesse, mas ainda não encontrei nada que me ajude.
Eu me acostumei, agora que tudo de certa forma passou, à minha nova vida.
Solidão, crises de choro, tentativas sem sucesso de assistir séries e filmes, de ter algum interesse em algo, de rir... como eu sinto falta de rir.
Me acostumei com os sintomas psicossomáticos, como as dores no corpo todo.
Estou lidando com tudo sozinha. Inclusive os pensamentos mais sombrios de ir embora... já que nada me dá prazer.
Às vezes, eu arranco força de mim mesma, sem ajuda de remédio, de apoio de amigos, de porra nenhuma e me foco em estudar. A ideia de uma nova vida, uma nova carreira é o que me segura aqui.
Eu espero voltar. Voltar a ser como era antes não sei se é possível. Não sei nem se quero. Mas voltar a sentir, sentir, sentir, 
A me divertir, a ter esperança de verdade. Acreditar que nem tudo e todos nesse mundo são podres e inconfiáveis.
Hoje eu ando sempre com um pé atrás.
E embora em menos de um mês, três pessoas tenham sugerido que eu me matasse, a verdade, é que nem energia para isso eu tenho. 
Estou dando tempo ao tempo. Espertando certas fichas caírem ou pelo menos eu aceitar de vez que elas caíram e significam aquilo mesmo.
Meu maior medo sempre foi o abandono. Eu fui abandonada por amigos, pela pessoa que eu mais amava e por.... Deus talvez. 
Pelo menos eu me sinto esquecida, sem nenhuma oração meramente atendida.
Mas o que me dói mais, é ter sido deixada por aquele que eu amei incondicionalmente e que quanto mais o tempo passa, mas eu entendo que se trata de alguém que nem sabe o que é amor.
Amor é o maior sentimento que existe. Não sei o que é pior. Machucar esse sentimento ou não tê-lo.
Bom, quem não tem, não sofre. 
Acho que estava equivocada em dizer que não sinto...

É um paradoxo?
Acho que na verdade sinto muito.

Não prazer, esperança, entusiasmo.
Mas desamparo, rejeição, abandono e ressentimentos...
E eu luto contra isso todo dia, pois sei que tudo isso me faz um mal imenso.
Eu me pergunto se fui ao fundo do poço e voltei. Se ainda estou lá. 

Ou se estou, bem devagar e de forma dolorosa, escalando minha saída.

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