terça-feira, 31 de agosto de 2010

Algo estranho aconteceu esta noite...

Eu tive o sono mais BIZARRO da minha vida. Se usasse drogas, como muitas pessoas imaginam que eu uso, atribuiria a bizarrice toda à elas. Vou contar o que rolou...
Bom, primeiro, que eu não durmo bem desde que... nasci. Além de insônia, eu tenho paralisia do sono há 7 anos. Acontece assim: eu acordo, mas não consigo me mexer, não consigo falar, não consigo nem gemer. É como se acordasse anestesiada ou em coma, mas completamente consciente e com uma sensação angustiante de que não consigo respirar, o que na verdade, é (pelo menos segundo meu médico) apenas impressão. Aí rolam alucinações e todo tipo de coisa assustadora, até eu "destravar". Normalmente dura uns 5 ou 6 minutos e acontece de vez em quando, não é toda noite. Engraçado, que na comunidade deste distúrbio, todos que sofrem, contam que tem alucinações assustadoras, nunca é nada bonito ou divertido. Todo mundo só vê, ouve, sente coisas horríveis. Vai entender.
Bom, é justamente por ter P.A., que imaginei que nunca sofreria de sonambulismo (mesmo minha mãe tendo. Isso é genético?). Mas esta seria a única explicação pra o que rolou noite passada.
Quando acordei, estava no banheiro e não tinha memória nenhuma de ter levantado e ido até lá, mas estava inclusive, sentada no trono com a porta aberta. Eu olhava ao redor, tentando entender o que estava acontecendo, sentia muito sono, olhava pra porta e comecei a ficar com medo. Foi então que entrou o Dahmer, Bundy, Gacy e por último o Ed Kemper. HUAHAUHAUAHAUAH! Eles entraram lentamente, tenho quase certeza que foi nessa ordem e não era muito clara a imagem deles. Lembro que o Bundy estava sorrindo, só isso. Os quatro ficaram parados ao meu redor, me observando e foi então que eu achei que estava "derretendo". Na minha cabeça, achava que estava saindo sangue de mim, mas não lembro como. Meu raciocínio (se é que podemos chamar assim) na hora, era de que devia ficar parada, esperando o sangue estancar. Nisso, minha mãe acordou e foi até o banheiro. Eu a vi parada ao lado dos serial killers e então ela me perguntou meio brava, "em tom de WTF!!": "Nathalia, o que você tá fazendo??". Eu tenho aflição de quando minha mãe fala alto de madrugada, a voz dela ecoa na minha cabeça. Nisso, olhei pro Kemper e me lembrei do que ele havia feito com a própria mãe e com as cordas vocais dela, então, virei pra minha mãe e disse com uma voz meio grogue:
"mãe, se eu fosse você não ficava do lado dele"
"dele quem, Nathalia? você tá bem? você tomou remédio pra dormir?"
Na minha casa tem de tudo: zolpidem, rivotril, aprazolam, carbolitium, fluoxetina, mirtazapina, venlift... and on and on. Nenhum deles foi receitado pra mim, mas foram usados no tratamento de uma pessoa lá em casa, aí conforme os médicos iam mudando de remédios para testar qual seria o melhor, minha casa foi virando um farmácia tarja preta. Believe it or not, tirando o rivotril que quase socaram na minha boca quando meu cachorro e meu pai morreram, eu nunca tomei nenhum deles.
"Nathalia, agora que o Jean voltou, não é legal você usar o banheiro de porta aberta!"
Foi então que percebi que além de tudo, eu estava com a calça do pijama abaixada. Minha mãe resmungou e voltou a dormir. A essa altura, eu já não via mais ninguém ao meu redor e voltei pro meu quarto. Olhei no relógio, como sempre faço quando acordo de madrugada, pra garantir que não eram 3 da manhã (eu me cago quando desperto do nada este horário!), eram 4h30 e então voltei pra cama. Algum tempo depois, abri os olhos e estava de pé, em frente a janela, eu ouvia vento e chuva muito forte. Cambaleei até a cama e dormi. Foi uma série de pesadelos seguidos, nenhum com serial killers, mas sim, "versões atualizadas" de um sonho que tinha quando criança e que há muitos anos, haviam parado de me perseguir. O despertador do meu celular tocou "baby, baby, baby... oh" e eu levantei pra ir trabalhar. Abri a janela e nenhum sinal de que houvesse chovido. Fui checar com a minha mãe e não, não havia sido tudo um sonho. De acordo com o que ela me contou, ela ouviu um barulho estranho, de "gente conversando" e levantou pra ver o que era, nisso, me encontrou sentada no banheiro, com a porta aberta e uma expressão facial de "como se estivesse hipnotizada". Ela achou que eu havia tomado um calmante (pois ultimamente, eu vivo comentando com ela que não consigo dormir antes das 2 da manhã) e quando percebeu que eu havia voltado pro quarto, voltou a dormir, achando que eu só estava sonolenta mesmo. Mal sabia ela, que eu estava mucho loca.

.... É, vim trabalhar pensando que talvez as pessoas estejam certas. Melhor dar um tempo nos livros. Vocês sabem, os livros.

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