terça-feira, 12 de maio de 2009

Eu não consigo me sentir bem em nenhum nível. Tomei uma bela injeção de “mundo real”. Não consigo mais fantasiar, sonhar... algo que embora patético pra minha idade, eu fazia muito. Não consigo me sentir bem, nem em prazeres banais como: comer algo gostoso, ver um seriado engraçado, sei lá que exemplo de felicidade imbecil eu posso dar..
Eu me sinto CULPADA. Eu não posso sentir uma gota da mais ridícula alegria. Não sabendo o que o Mel passou e o que eu acompanhei de perto. Não sabendo que no fundo do quintal, está enterrado meu cachorro, que há uma semana, corria, brincava e dormia juntinho do seu irmão de ninhada, o Johnny, de quem ele nunca, até então em quase 11 anos, havia se separado. Tristeza, não maior que revolta. Hoje eu vi o Johnny sozinho, com cara de quem não estava entendo nada, deitado em sua coberta. Levei ele pra passear, pra distraí-lo. Que idéia mais idiota. Mesmo caminho que eu andava com ele e o Mel, inclusive, semana passada, pela ultima vez, antes do pesadelo começar. O Mel sempre na frente, destemido, não ligava se entravamos em uma rua desconhecida, já o Johnny, seguia atrás, como quem se sentia protegido pelo irmão. Hoje, o Johnny parou no meio do caminho. Eu parei junto. Aquilo não fazia mais sentido. Voltamos imediatamente e no caminho pra casa senti uma dor enorme na mão “porra de tendinite” pensei a principio, mas logo notei que se trata de uma dor diferente e lembrei que nos últimos dias, tenho dado soco em tudo: na mesa do veterinário, na janela do meu quarto, na parede, na porta, na minha própria perna....

Hoje comprei 10 kg de terra adubada, mudas de lírios brancos e sementes de girassol e margaridas. Quando eu era pequena, estava no quintal com a minha mãe e o Mel havia sumido, ela começou a chamar ele que demorou, mas apareceu do nada, enfiou sua cabeça por trás das flores, com as orelhas erguidas e ela cantou brincando “apareceu a margarida-ole-ole-olá”. Então plantei tudo onde ele foi enterrado.

Muitas pessoas têm me dito pra tentar me distrair, esquecer um pouco isso tudo. A verdade é que eu não quero. Acho falta de consideração. Não quero e não vou esquecer o Mel tão em breve, vou tentar mantê-lo vivo em pensamento, seja lá como for.

No momento, não há nada mais que me desperte algum interesse.

Um comentário:

Bááh disse...

choooreeei ¬¬